Exposição do Projeto ‘Castelo de Bonecas’ é aberta no TJPB

O Tribunal de Justiça da Paraíba abriu, oficialmente a exposição de bonecas de pano e outros produtos artesanais confeccionados pelas reeducandas do Presídio Feminino Maria Júlia Maranhão, dirigido por Mirtes Daniele da Silva, em João Pessoa. A produção é uma atividade do Projeto ‘Castelo de Bonecas’, programa de ressocialização. Na exposição, que permaneceu aberta no hall do Anexo Administrativo do TJPB, com os itens estarão disponíveis para venda.

O projeto é coordenado pela juíza Andréa Arcoverde Cavalcanti, que está à frente da Vara de Execução Penal da Capital. Conta com o apoio do presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Joás de Brito Pereira Filho; da presidente da Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba (Aemp), Ana Lúcia Alencar Pereira; e recebe suporte financeiro disponibilizado pelo Juizado Especial Criminal da Capital, pelo 1ª Juizado Especial Misto de Mangabeira e pela Vara de Execução de Penas Alternativas (VEPA).

A juíza Andréa Arcoverde afirma que, em visita ao presídio Júlia Maranhão, em janeiro de 2016, percebeu que as mulheres tinham talento confeccionando bonecas. A partir daí, surgiu a ideia de apoiar e ampliar o programa. “O projeto estava sendo desenvolvido com dificuldade, porque não tinha a estrutura necessária. Então, em parceira com a Fundação Cidade Viva, resolvemos ampliar e reformar. Foram investidos recursos do Poder Judiciário, o que possibilitou uma reforma no espaço, e a aquisição de todos os equipamentos necessários”, relata a magistrada.

O Presidente Joás de Brito fez abertura do evento

Para a diretora do Presídio Júlia Maranhão, Mirtes Daniele, a iniciativa da juíza foi um incentivo no desenvolvimento do projeto. “Quando assumi a gestão do presídio, já havia a produção de bonecas e eu tive uma ansiedade em relação a como ia se desenrolar. Mas, a juíza Andréa e o Cidade Viva vieram consolidar esse projeto. Hoje, tenho orgulho de dizer que compro cada coisinha pra esse resultado: tantas bonecas bonitas. As bonecas já foram levadas até para outros países, isso me deixa muito feliz”, afirmou.

Na abertura do evento, o presidente do TJ, Joás de Brito, demonstrou apreço pelo projeto e ressaltou a relevância do apoio dado pelo Judiciário. “É uma enorme satisfação. Quando me foi trazida a ideia de abraçar essa causa, eu, imediatamente, disse sim, porque vejo a possibilidade de as reeducandas se socializarem, de voltarem a ter uma vida lá fora. O nosso país, apesar dos males, tem jeito. E, para isso, precisamos abraçar as causas importantes, que podem dar frutos, como essa, que já está dando resultados”, declarou o desembargador.

A coordenadora do programa avalia a relevância desse apoio: “É muito importante o apoio do presidente do Tribunal de Justiça, porque demonstra para toda sociedade a preocupação do Poder Judiciário com a ressocialização, com a recuperação de vidas das pessoas privadas de liberdade”.

PARCERIAS
O juiz Hermance Gomes, titular no Juizado Especial Criminal da Capital, entende que toda iniciativa que vise ajudar na reinserção social deve ser estimulada. “O Castelo de Bonecas tem vantagens para as apenadas, que podem descontar os dias trabalhados, auxilia no combate à ociosidade e gera um rendimento para elas. Por isso, o Juizado Especial Criminal tem dado total apoio a essa iniciativa, destinando recursos financeiros a esse projeto”, afirmou o magistrado.

O 1º Juizado Especial Misto de Mangabeira também abraçou a causa do projeto. O juiz Meales Medeiros, titular na unidade, reafirma o apoio: “É um projeto muito bonito, e vemos o resultado com esse belo trabalho exposto. Depois de cumprirem as penas, essas mulheres terão perspectiva de uma profissão, com esse talento. Por isso, tem o apoio do Juizado de Mangabeira”, revelou.

Representando a Vara de Execução de Penas Alternativas, o juiz Geraldo Pontes considera louvável o engajamento da Vara de Execução Penal no desenvolvimento do programa. “Nós estamos fazendo uma parceira com o Conselho da Comunidade, que receberá os recursos de prestação pecuniária da VEPA, e vai doar essas bonecas para abrigos e outras instituições. Nós já estamos destinando a duas instituições: a Vila Vicentina, para as senhoras, muitas vezes solitárias; e para as meninas carentes da Casa Pequeno Davi, no Bairro do Roger”, acrescentou.

Já a presidente da Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba, Ana Lúcia Alencar, que também apoia o projeto, afirmou que a Aemp visa ser um instrumento de ligação entre a Justiça e a sociedade, por isso é relevante a parceria. “A nova gestão da Aemp quer promover a humanização do Judiciário. Então, quando a juíza Andréa Arcoverde nos convidou para apoiar o Castelo de Bonecas, aceitamos imediatamente. É um trabalho muito bonito e atual, porque nessa sociedade de crise, é muito importante promover qualificação para um ofício. É isso que vejo no Castelo de Bonecas”, afirmou.