ATENDIMENTO PSICOLÓGICO É ESTENDIDO AOS FAMILIARES DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Na manhã da quarta-feira, 13, a presidente da Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba, Carmen Benevides, juntamente com a Psicóloga Clínica e Coordenadora de Saúde Mental da GEVID-TJPB, Penha Pontes, estiveram em reunião com a Psicóloga e Professora Membro do Núcleo de Estágio de Psicologia do Centro Universitário Uninassau de João Pessoa, Katrucy Tenório Medeiros.

O encontro teve como objetivo fincar uma parceria entre as entidades, para beneficiar às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, através dos atendimentos psicológicos, entretanto com uma proposta inovadora. Os atendimentos serão estendidos a todos os familiares das vítimas que necessitam de suporte psicológico, isso inclui os filhos e os homens envolvidos com a violência doméstica.

A presidente da AEMP, Carmen Benevides, relatou sobre o trabalho que a associação vem desenvolvendo e expôs suas expectativas acerca desse novo propósito. “Sempre tivemos como prioridade dar assistência às entidades carentes e cumprir ações sociais. Teremos mais uma oportunidade de atender as pessoas dentro de um ambiente acolhedor. Esse projeto será um sucesso e acontece sobre orientação e supervisão da Dra. Katrucy e Dra. Penha Pontes”, contou.

A Psicóloga e Professora da Uninassau, Katrucy Tenório, ressaltou o valor dessa união com a AEMP. “Essa parceria traz muitos benefícios para comunidade, fortalece o espaço de aprendizado aos nossos alunos, porém é mais do que isso, promove o serviço por meio dos atendimentos para pessoas que necessitam de apoio psicológico”, disse.

 E, ainda, explicou a ideia de inserir o homem nesta pauta de gênero, “É uma proposta inovadora, vemos muito pouco sobre as instituições inserindo os homens para que eles, também, possam ressignificar as questões da vivência e masculinidade”.

No local, a Psicóloga Clínica, Penha Pontes, que já exerce um trabalho voluntário na AEMP, explanou a relevância dos atendimentos serem desenvolvidos ao público masculino. “É necessário mudar a cultura machista e tentar ser ajudado. A gente acredita que o homem precisa ser trabalhado para melhorar, porque ele sai de uma relação agressiva e vai para outra relação, e continua com a mesma cultura e ideologia”, pontuou.

A Juíza coordenadora da Mulher do Tribunal de Justiça da Paraíba, Anna Carla Falcão explicou que, o direcionamento do agressor a programas de recuperação, reeducação e acompanhamento psicológico, está previsto no artigo 22, da Lei Maria da Penha. “Temos que estudar e trabalhar com vítimas, agressores e filhos, como forma de identificarmos e compreendermos os fatores causadores, desencadeadores e mantedores da violência contra a mulher, para que possamos favorecer o alcance dos resultados pretendidos do combate e prevenção da violência de gênero”, destacou. E acrescentou, “Em verdade a violência psicológica, física, patrimonial, sexual e moral afetam não apenas as partes envolvidas, mas todo o contexto familiar das vítimas que precisa ser cuidado e, também, protegido”.

Os atendimentos terão início no mês de novembro, e acontecerão no Centro Profissionalizante Nossa Senhora de Fátima, local onde se encontra a sede da AEMP, na Rua Rodrigues Chaves, 213, Trincheiras.

Por Ana Paula Caminha